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- Criado em Sábado, 01 Novembro 2025 12:51
Aconteceu no último dia 31, no WL+ Studio, a terceira edição do Papo de Arte, projeto conduzido pelos irmãos Wesley e Lainy Lemos, reafirmando sempre o propósito do estúdio em unir arte, sensibilidade e novos olhares sobre a criação.
Ele, especialista em Arte Educação: Cultura Brasileira e Linguagens Artísticas Contemporâneas pea Escola de Belas Artes, da Universidade Federal da Bahia (EBA/UFBA), e ela, Mestre em Arquitetura e professora do Instituto Federal de Sergipe (IFS-SE), assinam uma curadoria refinada, cuidadosa e afetiva. A marca registrada dos irmãos tem atraído um público interessado, ao compartilharem um olhar apurado que os une desde a infância.

Wesley Lemos recebe Miguel Lobo, na terceira edição do Papo de Arte
O destaque da noite foi o jovem artista Miguel Lobo, de apenas nove anos, que encantou o público com obras vibrantes e cheias de imaginação. Suas pinturas revelam uma genialidade sensível e uma maturidade artística que inspiram, mostrando como a arte infantil pode ser um espelho poderoso do mundo.
Para o pesquisador e crítico Leonardo Charréu, da Universidade de Lisboa, a arte é sempre um ato que revela a sociedade em que nasce: “as imagens não caem do céu, mas são produzidas em contextos históricos, institucionais e discursivos (...). As narrativas visuais das quais formam parte são artefatos sociais que nos contam relatos tanto sobre a sociedade e a cultura, como sobre uma pessoa e um grupo.”
Nesse contexto, e inspirado pelo mês das crianças, o encontro reforça a força criativa da infância e a importância de incentivar olhares livres, curiosos e expressivos. O Papo de Arte mostrou, mais uma vez, que a arte, quando guiada pela sensibilidade, transforma o olhar e amplia o sentido de comunidade.

Miguel, apenas nove anos, e muito talento Foto: divulgação
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- Criado em Terça, 14 Outubro 2025 16:31
Com apoio limitado e talento de sobra, a companhia sergipana conquista o público e o júri no IV Festival Internacional de Dança do Espírito Santo. Foram dois primeiros lugares, um segundo e o prêmio de Melhor Bailarino do Festival.
Reconhecimento internacional e bolsas no exterior coroam um ano de resistência e excelência artística.
A arte sergipana voltou a cruzar fronteiras e mais uma vez, o fez com brilho. A Nu Tempo Dance Company, dirigida pelo coreógrafo Everaldo Pereira, conquistou destaque no IV Festival Internacional de Dança do Espírito Santo, um dos mais prestigiados eventos do calendário nacional.
Mesmo com recursos escassos, a companhia arrebatou o público e o júri: foram dois primeiros lugares (“Carcará” e “Desintegração”), um segundo lugar com o duo “Beija-flor” e o prêmio de Melhor Bailarino do Festival, concedido a Lucas Santos. Além dos troféus, a Nu Tempo recebeu bolsas internacionais para estudos em Londres, Itália, Uruguai e África do Sul, além de convites para o Festival CBDD no Rio de Janeiro. “Essas conquistas são fruto de persistência e amor à arte. Fazer dança contemporânea em Sergipe exige muito mais que talento: exige resistência”, ressaltou Everaldo Pereira, fundador da companhia.
Trajetória de excelência
A Nu Tempo encerra 2025 celebrando uma sequência impressionante de apresentações em Camaçari, Recife, São Paulo e Londres. Criada em Aracaju, a companhia consolidou-se pela fusão entre precisão técnica, liberdade criativa e expressão identitária, uma assinatura que vem transformando o modo como o público enxerga a dança contemporânea nordestina.
Everaldo, nascido no bairro Santos Dumont, iniciou sua trajetória sob orientação de Reginaldo Flores e Lu Spinelli, no Teatro Lourival Baptista e no Studium Danças. De Aracaju, partiu para Londres, onde lapidou sua linguagem poética e trouxe de volta uma visão internacional sobre o corpo, o gesto e o pertencimento.
Talentos que elevam Sergipe
Lucas Santos, 26 anos, acumula prêmios e formação multidisciplinar, do ballet clássico à capoeira. Carol Rios, instrutora de FitDance e professora de Floorwork Sensual e Chair Dance, traduz com vigor e feminilidade o repertório da companhia. Já Ana Gabriela, de apenas 19 anos, representa a nova geração da dança sergipana, unindo rigor técnico e frescor interpretativo.
Arte que resiste
A participação no festival só foi possível graças ao apoio de Comfy Lar, Mizu Cimentos e G. Mendes Governança e Gestão. Apoio modesto diante da grandeza dos resultados, que reafirmam o talento e a resiliência da cena artística de Sergipe. A cada apresentação, a Nu Tempo prova que a falta de incentivo não impede o voo de quem tem arte nas veias. Em um país onde a cultura ainda depende da força individual de seus artistas, o feito da companhia é mais do que um prêmio: é um manifesto pela continuidade da dança contemporânea brasileira.
Na foto, Everaldo Pereira, os bailarinos vencedores Lucas Santos e Carol Rios, e Liviane Pimenta, diretora da Escola Pimenta Dance e organizadora do Festival Internacional de Dança do Espírito Santo (foto: divulgação)