Manuel do Prado Neto rebate fala de Eduardo Bolsonaro
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- Criado em Terça, 11 Julho 2023 06:51
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) comparou professores "doutrinadores" a traficantes em um discurso durante um evento pró-armamento em Brasília no último domingo, 9.
"Não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante de drogas que tenta sequestrar e levar os nossos filhos para o mundo do crime", bradou o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro no IV Encontro Nacional Pró-Armas pela Liberdade.
"Não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante de drogas que tenta sequestrar e levar os nossos filhos para o mundo do crime", bradou o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro no IV Encontro Nacional Pró-Armas pela Liberdade.
O professor do ensino médio da rede estadual sergipana, Manuel do Prado Neto (foto), usou seu arroba para expressar seu repúdio. Eu, concordando em número, grau e gênero, replico sua fala asegui:
"Nesses dias, circula nas redes sociais mais um vídeo no qual o Jumento 02, filho do Jumento que até pouco tempo presidiu a República, repete o mantra de que os professores são os grandes inimigos do Brasil, de um "Brasil" sonhado pela extrema direita aqui e no mundo. O bandido chega a afirmar que nós professores somos mais perigosos que os traficantes.
Há pelo menos uma década os professores vêm sendo atacados, sistematicamente, por essa gente. E essa narrativa se integra a outra que vem sendo cultivada, há bem mais tempo, pelo movimento neopentecostal. O mais incrível nisso tudo, é o silêncio do Ministério da Educação e das Secretarias Estaduais e Municipais.
Parece que nós professores trabalhamos para nós mesmos, para um projeto que está na nossa cabeça. Seja na iniciativa privada ou na escola pública, o professor está a serviço de uma política nacional, de uma política de Estado. Todo o marco legal da Educação Nacional tem por objetivo produzir um modelo de cidadania, um modelo de sociedade.
Esse tipo de ataque não tem como alvo o sujeito professor, ainda que os indivíduos docentes sintam na "pele", inclusive literalmente, os efeitos dessa "guerra". O grande objetivo é minar a narrativa "democratica-liberal" e os modelos alternativos que surgiram com a pretensão de radicalizar as promessas das "revoluções liberais" da Modernidade.
Com o silêncio burro do MEC e das Secretarias já sentimos os efeitos. Parte considerável dos estudantes e famílias desconfia da escola. Os docentes das Ciências Humanas são os que mais sofrem. Seus componentes curriculares tratam, cotidianamente, dos temas caros aos projetos democráticos e por isso detestáveis para essa gente autoritária, dogmática, fascista.
Hoje, muitos alunos se negam a estudar tais temas. Tratam com desprezo e até acusam os professores de serem "esquerdopatas", "petistas". E pior, reduzem as teses e conceitos da História, Geografia e Sociologia ao que eles consideram ser a "opinião" do professor. Agora, eu pergunto: como é possível fazer um aluno desenvolver as competências gerais da BNCC, se ele está tomado pela "verdade" de que a escola é só mais um lugar de "opiniões"?"
"Nesses dias, circula nas redes sociais mais um vídeo no qual o Jumento 02, filho do Jumento que até pouco tempo presidiu a República, repete o mantra de que os professores são os grandes inimigos do Brasil, de um "Brasil" sonhado pela extrema direita aqui e no mundo. O bandido chega a afirmar que nós professores somos mais perigosos que os traficantes.
Há pelo menos uma década os professores vêm sendo atacados, sistematicamente, por essa gente. E essa narrativa se integra a outra que vem sendo cultivada, há bem mais tempo, pelo movimento neopentecostal. O mais incrível nisso tudo, é o silêncio do Ministério da Educação e das Secretarias Estaduais e Municipais.
Parece que nós professores trabalhamos para nós mesmos, para um projeto que está na nossa cabeça. Seja na iniciativa privada ou na escola pública, o professor está a serviço de uma política nacional, de uma política de Estado. Todo o marco legal da Educação Nacional tem por objetivo produzir um modelo de cidadania, um modelo de sociedade.
Esse tipo de ataque não tem como alvo o sujeito professor, ainda que os indivíduos docentes sintam na "pele", inclusive literalmente, os efeitos dessa "guerra". O grande objetivo é minar a narrativa "democratica-liberal" e os modelos alternativos que surgiram com a pretensão de radicalizar as promessas das "revoluções liberais" da Modernidade.
Com o silêncio burro do MEC e das Secretarias já sentimos os efeitos. Parte considerável dos estudantes e famílias desconfia da escola. Os docentes das Ciências Humanas são os que mais sofrem. Seus componentes curriculares tratam, cotidianamente, dos temas caros aos projetos democráticos e por isso detestáveis para essa gente autoritária, dogmática, fascista.
Hoje, muitos alunos se negam a estudar tais temas. Tratam com desprezo e até acusam os professores de serem "esquerdopatas", "petistas". E pior, reduzem as teses e conceitos da História, Geografia e Sociologia ao que eles consideram ser a "opinião" do professor. Agora, eu pergunto: como é possível fazer um aluno desenvolver as competências gerais da BNCC, se ele está tomado pela "verdade" de que a escola é só mais um lugar de "opiniões"?"

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